Boletim Março e Abril 2011

EDITORIAL

Tempo de Preparação

É isso aí pessoal, estamos na época que podemos chamar pré-temporada. Depois de um longo afastamento (ok, no caso de muitos apenas uma diminuição na intensidade) das atividades de montanha, estamos nos preparando, e preparando gente nova (Curso Básico de Montanhismo) para adentrar a Temporada de Montanha 2011.

Depois das águas de março que se misturaram ao nosso carnaval carioca nota 1000, passa rapidinho o abril, dos feriados emendados, de santos, mártires e mártires santos, dos quais a Semana Santa é mais santa ainda para os bons montanhistas que em santuários ecológicos, como do Caraça, muito bom proveito fazem destes dias de folga.

E passando o abril, rufam os tambores, e aí estamos nós na Abertura da Temporada de Montanhismo 2011!!! Em dia de feriado, que cai no domingo – coisa feia essa -, a coisa vai ficar bonita, porque é no Dia do Trabalho que oficialmente inicia o tempo de por mão à obra, a esta incrível obra da natureza: as belas montanhas!

E por falar de tambores e carnaval, não poderia deixar de lembrar, nosso querido bloco Só o Cume Interessa (apelidado de SoCI, que tem tudo a ver com social, sabe como é, fazer aquela social com os amigos, descontrair e alegrar). Lebrar do SoCI é lembrar a alegria que sentimos e desfrutamos em companhia de tantos amigos que muito contribuíram para o sucesso do carnaval montanhista, em mais este ano.

Um pouco menos frequentado que no último ano, foi tremendamente animado, ainda mais com a participação da bateria dos Amigos da Sueca, agregando inclusive o pessoal do bairro, com vovós e crianças, fazendo deste um dos blocos de carnaval mais família que se tem conhecimento, mesmo com um nome tão irreverente! Muito abrigado, e parabéns a todos que participaram contribuindo para fazermos uma festa tão bonita!

Além destes assuntos, vocês também vão encontrar neste boletim um quadro informativo com valores de mensalidades e taxas do clube, dados bancários etc., para orientar aqueles que estão querendo por suas contas em dia (e nós estamos precisando) para colocar o clube cada vez mais para frente. Afinal, montanha acima com vigor, levamos nossa bandeira com amor.

A Natureza é o Nosso Guia!

José Emiliano (Presidente do CEG)

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ARTIGOS

Bloco Só o Cume Interessa

As primeiras medidas para colocar o bloco na rua começou no segundo semestre de 2010. Flavinho deu entrada nas papeladas para autorização da Prefeitura e, enquanto isso, precisávamos cuidar dos preparativos: concurso para música, desenho da camisa e músicos.

Como o mês de janeiro é bem corrido, já que muitos ficam fora do Rio, a ideia era iniciar o concurso da música e estampa da camiseta em novembro/dezembro. No entanto, outros eventos foram acontecendo nesse período, como a festa de final de ano, e nos perdemos na data.

Já estávamos com o concurso da estampa lançado, quando fomos surpreendidos com uma notícia arrebatadora: o falecimento do Bernardo. A indecisão se manteríamos ou não o bloco na rua foi decidida pela diretoria. Montanhistas são alegres e esse era o grande espírito do Berna: vamos para a rua!

A dificuldade maior era: como? Tínhamos autorização da Prefeitura, dos Bombeiros e da Polícia Militar. Já estávamos na lista oficial da Prefeitura. E os músicos? Corre daqui, corre dali. Para não termos prejuízo, fomos atrás de apoio. Eis que surgiram a Oriente Corretora e o Restaurante Ateliê para nos salvar.

Com dinheiros em mãos, já poderíamos pagar os músicos e o carro de som. Combinamos uma ida ao bloco “do Jacaré”, em Vila Isabel para tentarmos uma parceria, mas a solução veio do nosso presidente, José Emiliano que surgiu com o pessoal da Amigos da Sueca, do Catete, uma semana antes do nosso bloco.

O Só o Cume Interessa foi um sucesso! A Praia Vermelha ficou repleta de BLOCO SÓ O CUME INTERESSA montanhistas, amigos e foliões em busca de diversão no pré-Carnaval carioca. A volta olímpica na Praça foi realizada por volta das 14horas, horário divulgado na imprensa. Ah… e teve até imprensa. Euzinha, diretora de divulgação do CEG tive que explicar, em rede nacional, o por quê do nome “Só o Cume Interessa”.

O repertório ficou por conta de marchinhas. Devido ao pouco tempo, decidimos não fazer o concurso para a música e manter a primeira letra do bloco, de autoria do Rodolfo Campos, cantada num revezamento de puxadores: Ivan, Emiliano, Claudio Batman e PJ.

A estampa da camiseta foi feita também em conjunto. Criação: Irini e Ivan. Arte: Carla.

Agradecemos a todos pela colaboração, presença e animação. Nos vemos no próximo ano!

 Carla Vieira

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 Patagônia 2010×2011

Quando pensei em escrever este artigo, achei que podia falar sobre alguma atividade ocorrida durante a minha estadia em Bariloche/AR, mas não ia ser muito diferente do artigo de 2008, então resolvi falar sobre os aspectos gerais da excursão.

Bom, tudo começou com um email enviado em fevereiro de 2010. Acho que este foi o ponto mais importante para o sucesso da excursão. O tempo de preparo/programação para uma atividade assim é muito importante, pois precisamos adquirir equipamentos (comprar ou pedir emprestado), ter bem definido o que se vai fazer lá, se preparar bem fisicamente e psicologicamente, seja para caminhar ou escalar, pois qualquer atividade por lá é sempre mais exigente que qualquer coisa por aqui, principalmente se for primeira vez no local. Vou citar duas pessoas que exemplificam bem como antecedência é importante. PATAGÔNIA 2010 X 2011

A primeira é a nossa amiga Aline (alfacinha), ela ainda estava em recuperação da cirurgia no joelho (reconstrução do ligamento cruzado anterior, ou LCA para os íntimos) que havia feito pouco tempo antes de receber o email a respeito da excursão. Leiam o que ela escreveu logo após sua volta: “A prancheta foi mais um incentivo para que eu colocasse toda a energia em cada minuto de fisioterapia e exercício para recuperação dos movimentos e posteriormente da força/massa muscular. Tati é uma das testemunhas. A viagem foi maravilhosa. Fiquei encantada com o Cerro Tronador e com o Cerro Catedral (Frey). O Frey é a Terra Prometida.”

A segunda é o nosso amigo PJ, que tinha tentado conhecer Bariloche em outros anos, mas acabou tendo problemas com o trabalho e não conseguiu as férias prometidas. Mas neste ano a coisa foi diferente, assim que recebeu o email sobre a excursão, deu entrada em seu pedido de férias e conseguiu finalmente conhecer a “Terra Prometida”, como mencionou a Aline. Fez até o curso de escalada em gelo.

Outro ponto muito importante é o custo, no primeiro momento pode parecer que o custo é muito alto, mas vamos perceber que pode sair bem em conta, dependendo do que se pretende fazer. Também vai depender da disponibilidade de cada um, afinal o que é barato para um, às vezes, é bem caro para o outro. Enfim, o custo com aéreos não tem jeito, no meu caso, só de aéreos o custo foi de R$ 1.500,00 incluindo as taxas, mas sei que teve gente pagando bem menos; aéreos variam muito de valor dependendo das datas. Fiz um seguro viagem que me custou R$ 170,00. Durante os 15 dias de viagem dormi quatro noites em hostel e uma noite em refúgio, gastando um total aproximado de R$100,00. Troquei R$ 600,00 em pesos para despesas com comida, camping, cervejas, ingresso do Parque etc. Gastei mais uns R$ 300,00 no cartão de crédito. No total o custo de uma excursão deste tipo fica em torno de R$ 2.700,00 (valor arredondado). A excursão foi anunciada em fevereiro para ser realizada em dezembro, são 11 meses, se dividir este valor pelos meses, não dá R$ 250,00 por mês. A seguir mostro um resumo do que foi realizado durante os quinze dias que passei em Bariloche, e posso afirmar que 2.700,00 foi um investimento mais do que justo.

Quinze dias em Bariloche é tempo suficiente para caminhar, escalar, conhecer pessoas e sentir saudades de casa. Cheguei no dia 28 à noite, fui direto para o Punto Sur Hostel. Tinha uma programação que ia depender do tempo, se a previsão não fosse boa, passaria o réveillon em Bariloche com a galera. Se fosse boa faria a travessia Pampa Linda x Colônia Suíça (4 dias). E foi o que aconteceu. A janela era muito boa e no dia 29 fui às compras para, no dia 30, partir para a travessia. Passei por lugares lindos como a Laguna Illon (muitos tábanos e pernilongos), Pico Punta Negra, Laguna Azul (uma das mais lindas), Laguna Creton, Pico do Cristal, Mate Dulce, Laguna CAB, Laguna Negra, Cerro Negro, refugio Italia.

No dia 3 já estava no Frey. Permaneci por lá até dia 10, pois dia 11 era a minha data de retorno ao Brasil. Durante a minha estadia no Frey, pude fazer uma travessia até o refúgio San Martin (Laguna Jackob) e as seguintes escaladas: Diedro de Jim (agulha Frey, 5º), Sifuentes Weber (agulha Frey, 5+), Sudafricana (agulha La Vieja, 6a+), Le Gran Tom (agulha El Tonto, 6a), Meteoritos (agulha El Tonto, 6a+) e Clemenzo (Torre Principal, 5+).

Para finalizar não poderia deixar de falar sobre a perda de um amigo e também uma grande personalidade da montanha. Que seja feliz em seu reino mágico.

Ivan Azevedo

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Invasão Feminina 2011

A previsão do tempo era de chuva para o fim de semana de 19 de abril, mas como dizem que Deus é Brasileiro, já desconfiava que ele ajudaria as mulheres… e tivemos uma linda manhã de sol e calor na cidade do Rio de Janeiro, na Urca.

Escalada básica e as cordadas praticamente definidas na hora, pelas meninas do Guanabara: quem guia quem e lá vamos nós. Fomos eu (Daniela), Carlinha e nossa guia da 1ª cordada Ester Capela, para a via Amarelo. Sinceramente, para mim, nos Coloridos a escalada já começa naquela 1ª parte da pista Claudio Coutinho… meto o pés, subo e subo, pois se olhar para baixo e imaginar que estou sem equipo nenhum… me dá até vertigem!

Neste dia o que se tem de especial, acima de tudo, é ver tantas mulheres guiando nas montanhas simultaneamente, além de mulheres que não escalam há um certo tempo, entrarem no clima e relembrarem os bons momentos em que praticavam mais, praticando neste evento em especial.

Nossa 2ª guia do dia foi a Muria (ou seria Suria, Carlinha help!! rsrs). Amiga da nossa também querida amiga Lila lá fomos nós com uma corda de 80 metros para a via Azul (que mais cedo tinha sido feita pela Lucia Sedim, Dione Conde e Tereza Aragão).

Escalar os Coloridos pode ser emocionante, dependendo do seu estado de espírito e força de vontade. Fomos nós três até o último grampo. Impressionante a desenvoltura da Muria e a sagacidade da Carlinha. Fizemos uma cordada ágil e sem sustos ou machucados.

Gostaria de aproveitar a oportunidade e parabenizar a Adriana Mello, por todo seu trabalho praticamente voluntário e de coração, nesta loucura que é organizar este tipo de evento.

Valeu ver as mulheres e estar na companhia de todas. O dia da mulher de 2011 será lembrado também pelas montanhas e as imagens maravilhosas que só quem chega ao cume tem. Afinal, só o cume interessa…

Daniela Nóbrega

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Costão da Lua Cheia

Há muito tempo que eu não fazia uma caminhada, por isso quando Ivan marcou de fazer o Costão, à noite (19/03), e com lua cheia, fiquei empolgada. Quem sabe não saio desse marasmo e sedentarismo e faço as pazes com a montanha. Mesmo que seja somente o Costão. Claro que não estou desmerecendo a caminhada, mas para algumas pessoas é até bem simples, mas eu já sabia que ia passar perrengue na hora da corda.

Saímos da Praça General Tibúrcio dia 19 de março, às 16h30h num grupo de 13 pessoas, onde Ana Clara também estava incluída.

O começo foi tranquilo, como sempre, nem me senti cansada. Porém quando chegamos ao bloco de pedras onde precisa de corda, já havia muita gente engarrafando a via, e tivemos que ficar um bom tempo esperando que o grupo a nossa frente subisse. É claro que nessa hora sempre rola um stress pois é muito ruim ficar ali parado, vendo a noite chegar, enquanto aguardamos outras pessoas. A expectativa de ver a lua era tão grande que o Flávio chamava por ela o tempo todo e quando ela realmente apareceu todos acharam que era brincadeira dele de novo.

Enfim chegou a vez do nosso grupo passar pelo bloco de pedras. Ana Clara foi na minha frente e foi muito bem por sinal. Melhor do que eu. É claro que eu me desesperei, pensei que fosse cair, comecei a gritar até que Eliel me puxou e consegui fazer o lance. Os outros subiram rapidamente.

Já era noite quando chegamos a “Pedra Filosofal” e a lua, linda, enorme, iluminava o mar. Um belo cenário. Nessa hora já tinha esquecido o mico que passei e agradeci por estar lá e por ter tido mais essa oportunidade.

A volta foi muito fácil, também né… de bondinho… Chegamos de volta a praça às 19h e acabamos o dia na tia Elza, claro.

Muito obrigada galera, vocês foram ótimos.

Irini Petro

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Harald Friedreich

Em janeiro eu e Flavia estivemos na Argentina e, seguindo a dica do Schmidt, combinamos uma visita ao Harald Friedreich, guia do CERJ e do CEG nos anos 1960 e um dos desbravadores das escaladas em Bariloche – talvez o primeiro brasileiro a subir o Tronador e a Torre Principal do Catedral. Na visita, estava também Zezinho cujo pai, o Zezão, escalou muito com o Harald.

A visita foi um jantar na sua casa e fomos recebidos pela sua simpática esposa, a Iris. O papo foi ótimo onde o Harald contou várias historias da sua época como escalador no Brasil e sobre sua vinda para Bariloche.

Bom, ficou tarde e tivemos que ir. Harald e Iris nos convidaram pra um churrasco que aconteceria na casa deles…mas aí veio o acidente do Bernardo, tirando o rumo por completo de nossa viagem. Fica para uma próxima!!

A foto abaixo (tirada pelo Schmidt) ilustra sua segunda ida a Bariloche, em 1969, com o Guilherme Ribeiro de Menezes, Helena Roemer Campello, José Augusto Mattos (Zezão).

Waldecy Lucena

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NOTÍCIAS

Agenda das ATMs 2011

O verão se foi e com ele a esperança de dias mais amenos, com grandes possibilidades para escalada. Se o verão nos traz momentos proveitosos nas praias e cachoeiras, com a chegada do outono, os olhos dos montanhistas chegam a brilhar, pensando numa viazinha sem o calor a pino e com pedras mais frescas. Em vista disto, os clubes já se preparam para as Aberturas da Temporada de Montanhismo – ATMs, no Grande Rio e municípios. Fiquem atentos à lista do clube, na internet, para mais detalhes dos eventos. Na segunda página deste boletim, você encontra uma excursão à Petrópolis, marcada pelo Waldecy. Rio de Janeiro – dia 01 de maio, na Urca Petrópolis – dias 16 e 17 de abril Três Picos – data a confirmar

Agradecimento

Em e-mail enviado ao Daflon, com cópia para a lista do Guanabara, o presidente José Emiliano agradece pelo exemplar da 4ª edição do Guia da Urca, recebido no dia 17 de março. “O guia é uma referência na literatura de escalada, acompanhado de sua dedicatória”, destaca o presidente do CEG. “Agradecemos muito o carinho e a atenção dispensados à nossa instituição e aos seus sócios!”

Emiliano estende o agradecimento ao Delson e finaliza. “Aproveitamos a oportunidade para parabenizar e oferecer nosso apoio a sua iniciativa de manter e divulgar informações tão bem organizadas sobre os ‘points’ de escalada do Rio!”

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