Vem, Guará-Bara!!!

Na semana santa o CEG não resistiu ao chamado do Caraça e partiu, numa mega-excursão, para o santuário ecológico mineiro, situado a 120 km de Belo Horizonte.

Do CERJ, eu, Pati, Andreza e Smith aderimos, mas a excursão, liderada pelo Ivan,  contava também com pessoas do Light, parentes, amigos e vizinhos não montanhistas, totalizando a incrível marca de 41 participantes, que iam desde o pequeno Heitor, de 4 anos, sobrinho do nosso saudoso  Bernardo, até a simpaticíssima veterana Suelly, uma das fundadoras do CEG.

Na quinta-feira (21/04), por estarem todos cansados da viagem, a opção foi fazer trilhas leves, com banhos de cachoeira, em torno da adorável cidadezinha colonial onde nos hospedamos, chamada Catas Altas, localizada a cerca de 40 minutos do Caraça. Foi tudo muito prazeroso e o último grampo da atividade foi no Bar do Gordo, onde o desfalque no estoque de cervejas deve ter sido considerável!

À noite, jantar com deliciosa comida mineira no Restaurante Pico do Sol, cujos donos são descendentes de uma senhora do início do século passado, que enlouqueceu de amor! Coisa linda, heim? Está tudo contado lá… E fomos dormir cedo, que o dia seguinte prometia!!

Na sexta-feira, 22/04, fomos para o Caraça. Localizada no meio de um exuberante conjunto de picos, as edificações foram erguidas em meados do século XVIII, como centro de peregrinação para devotos. De lá para cá, o conjunto já foi colégio católico de meninos e hoje funciona para formação de padres e hospeda turistas.

Após a chegada, os grupos de dividiram: 19 de nós se propuseram a fazer a trilha do Pico do Sol, enquanto os demais tinham várias opções de trilhas leves e atividades culturais, inclusive um museu localizado no complexo edificado.

Como guia na trilha do Pico do Sol tivemos o seu Neneco, mineirim da melhor qualidade, que adora uma prosa, contando causos e anedotas sem parar, sempre terminando as frases com o característico ‘num sab?’ mineiro. Lá pelas tantas, nos disse que em Minas eles chamam as esposas de dona Onça. ‘Essapurquê?’ Porque quando o marido chega a casa ela vai logo perguntando, ‘Once tava?’

Entre um causo e outro, fomos vencendo a trilha, bastante pesada, mas de uma beleza ímpar, tendo o cume sido atingido – não pela totalidade dos participantes – cerca de 4h 40 depois de começada a atividade.

O retorno se deu com os últimos raios de sol, bem a tempo de assistirmos ao espetáculo do Lobo Guará, que há 29 anos vem se alimentar no adro da Igreja, atendendo ao chamado do padre que lhe oferece carne e repete, ‘Vem, guará; vem guará…’ Como era sexta-feira santa, ficamos na dúvida sobre se seria oferecido peixe ao lobo, mas às 18h 30, pontualmente, o padre chegou com um tabuleiro de carne crua e, a despeito da quantidade de pessoas e flashes de máquinas, o lobo guará subiu as escadarias da igreja e abocanhou os pedaços que lhe eram jogados.

De volta a Catas Altas, tivemos um excelente jantar mineiro no restaurante Casa de Taipa, onde, depois de várias cervejas, nosso solícito líder, Ivan, sempre atento aos anseios dos participantes, fez menção de mostrar o passarinho para o Clésio, biólogo e passarinhólogo, que ao longo do dia se dedicara a observar e fotografar pássaros. Foi dissuadido pela turma do ‘deixa isso prá lá’…

No sábado, voltamos ao Caraça, onde, no Centro de Visitante assistimos a um ótimo filme sobre a região e rumamos por uma trilha leve, de cerca de uma hora e meia, para a cachoeira da Bocaina. No caminho, pudemos avistar a sucessão de cumes que inspirou o nome do lugar: formam uma enorme cara, perfeitamente visível sob alguns ângulos. As águas frescas e a ducha da cachoeira foram muito bem vindas depois de tantas atividades e, para coroar o passeio, o Ivan ofereceu um verdadeiro farnel, regado a vinho, providenciado por ele mesmo e pela Suelly.

Parabéns ao Ivan e à galera do CEG por esse evento tão complexo, pelo número e diversidade de pessoas e, surpreendentemente, tão harmonioso e tranqüilo. Só mesmo o espírito montanhista é capaz de promover uma confraternização como essa!

 Monica Esteves (Cerj)

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