Porque “A Natureza é o Nosso Guia”

A natureza sempre foi a palavra base de nossas sugestões, como também dos lemas de outros clubes congêneres, quer gravadas, quer exprimida implicitamente através de equivalentes ou símbolos vários. E nem poderia deixar de ser, pois que nosso esporte é uma atividade toda natural. Há mais que um contato direto: há um verdadeiro entrelaçamento material e empírico entre o sublime e suprema criadora dos Seres e das Coisas e os nossos atos, símbolos e espírito excursionistas.

Desde a concepção da idéia de excursionar, à chegada ao fim, é ELA que nos orienta.
Da idéia surgem as precauções: o tipo de traje a usar, o material, o farnel, a água, enfim, todo o necessário para cada pedaço da natureza com o qual vamos entrar em contato: se um campo, se uma praia, se uma montanha leve ou pesada, se uma escalada em seus vários graus… Tudo é NATUREZA!

A chegada à nossa meta “optada”, isto é, ao fim desejado, é ELA que nos vai, com a voz majestosa do silêncio, dizer de nossas sub-atividades, do que nos espera, do panorama, da compensação do cansaço das caminhadas e nas subidas…

Nas praias temos um verde mar convidativo ao banho, ao jogos, às diversões próprias que ELA mesmo nos presenteia. Nos campos temos as verdejantes matas, salpicadas de flores e frutos… banhadas de ar puro… Nas montanhas, a maravilhosa visão de tudo, das obras naturais de mãos dadas com as obras do HOMEM, que ELA mesma criou. Deu-nos,sem egoísmo, os meios necessários para viver, sub-criar e resistir a todas as adversidades fornecidas pela própria NATUREZA, como que para a comprovação da abnegada resistência do seu grande feito – o HOMEM.

Ao fim de cada excursão, a quem devemos render graças senão a ELA, que nos deu os mares e nos ensinou a navegar, os campos e nos ensinou a tirar deles todo o proveito; as montanhas e nos ensinou a escalar; que durante o dia nos deu o Sol, durante a noite, a Lua, as Estrelas, nossos guias naturais quando falham nossos recursos artificiais…; as lanternas se apagam, não sabemos o caminho…

E agora pergunto: QUEM É NOSSO VERDADEIRO GUIA?

Por Magno Matheus da Rocha
Boletim de Outubro de 1960

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